IRIDOLOGIA
Introdução
Durante os anos 1840 a 1850, o Dr. Von Peckzely, de Budapeste, Hungria, fez a sua grande descoberta sobre as indicações que os olhos nos dão.
Quando era ainda um rapaz de 10 anos, brincava um dia no jardim e apanhou um mocho. Enquanto lutava com a ave, partiu um dos seus membros e, ao olhar para os grandes olhos do animal, notou na íris, no momento em que o osso se partia, o aparecimento de um ponto negro.
Mais tarde verificou que a área onde surgira o ponto negro correspondia à perna.
Mesmo com essa idade, Von Peckzely interessava-se pelo estudo da natureza. preparou umas talas, colocou-as na perna da ave e criou-a como animal de estimação.
Enquanto a perna recuperava, notou que o ponto negro existente no olho era escondido por uma película branca e rodeado por um rebordo branco, indicando a formação de cicatrizes no osso partido, como veio a descobrir mais tarde.
Estas coincidências impressionam bastante o rapaz, que nunca mais esqueceu estes factos.
Devido a uma certa actividade revolucionária quando era ainda estudante, Von Peckzely foi preso em 1848. Encontrou tempo e disposição durante a sua permanência na prisão para continuar a dedicar-se à sua teoria e convenceu-se cada vez mais da importância da descoberta que fizera no mocho. Acabou por ser libertado e, depois de terminar os seus estudos, entrou como interno na enfermaria de cirurgia do hospital da escola.
Teve então oportunidade de observar os olhos dos pacientes antes e depois dos acidentes e operações e mais tarde preparou um mapa do olho.
muitos cientistas bastante conhecidos dedicaram a sua vida ao diagnóstico a partir dos olhos.
Nos Estados unidos da América, grandes investigadores aumentaram os conhecimentos sobre o assunto através das suas próprias descobertas; entre eles encontravam-se os Drs. Lindlahr, Kritzer, Lahn e outros médicos célebres.
Lindlahr afirmou que o olho é não só aquilo que os antigos diziam, " o espelho da alma", como ainda revela o estado de todas as partes e órgãos de corpo. A íris do olho contém um imenso número de pequenos filamentos nervosos, que recebem impressões de cada rede de nervos existente no nosso corpo.
Todos os órgãos e partes do corpo são representados na íris numa área bem definida, e os filamentos nervosos, as fibras musculares e os pequenos vasos sanguíneos existentes nestas áreas retratam através de certos sinais e pigmentos coloridos a mudança de condições na correspondente parte ou órgão.
Através de várias marcas, sinais e descolorações na íris, a natureza revela tendências doentias hereditárias, como a sicose, escrófula, sarna, etc. A natureza revela também, através destes sinais. marcas e descolorações, estados inflamatórios catarrais agudos e crónicos, lesões locais, destruição de tecidos, todos os tipos de envenenamentos por drogas, assim como os resultados de feridas acidentais e de operações cirúrgicas.
Aplicando esta técnica podemos indicar a um paciente, partindo apenas das informações contidas nos seus olhos, as suas tendências hereditárias e adquiridas no sentido da doença ou da saúde, o seu estado geral e a situação em que se encontra cada órgão em particular. Assim, lendo os " registos " existentes nos olhos, podemos prever as diferentes crises curativas através das quais o paciente será obrigado a passar no seu caminho para o reencontro da saúde.
O olho revela-nos todas as transformações que se verificam nos órgãos vitais desde que se iniciam, permitindo deste modo ao paciente realizar através de um modo de vida natural e de meios curativos naturais o tratamento da doença de que sofre.
O diagnóstico feito a partir das indicações dadas pelos olhos confirma os ensinamentos de Hahnemann, o qual todas as doenças com um carácter agudo têm um fundamento hereditário na constituição do indivíduo ou correspondem a caracteres adquiridos, finalmente , revela o progresso da limpeza e purificação do organismo, eliminando matérias estranhas e reajustando-se às condições normais, sob a influência regeneradora de um tratamento e um modo de vida naturais.
A representação do corpo na íris
É através dos sistemas nervosos simpático e cérebro-espinais e das suas ramificações que se processa uma íntima ligação entre as várias partes do corpo e íris. É esta a explicação científica do sistema de diagnóstico.
qualquer irritação em qualquer parte do corpo é transmitida através dos nervos correspondentes aos centros nervosos autónomos que enviam, em resposta a um estímulo, uma certa quantidade de sangue para a parte afectada através dos nervos eferentes, provocando um inchaço e uma congestão. Isto é por sua vez transmitido através de um estímulo nervoso reflexo para a área correspondente da íris. Kritzer afirma que nestas condições são produzidas porjecções vasculares que se dispõem radialmente entre as extrimidades ciliares e pupilares, o que por sua vez eleva as fibras brancas que se encontram na camada superior da íris, tornando-as visíveis a olho nu. Afirma ainda que este fenómeno de modo algum afecta a visão, mas explica a razão de todas as perturbações agudas no nosso corpo se apresentarem na íris sob a forma de marcas esbranquiçadas.
Quando a congestão diminui essas marcas brancas começam a desaparecer. Se se utilizam métodos supressores dos sintomas ou se cai na negligência os processos agudos tornam-se naturalmente crónicos, provocando uma congestão passiva - uma estase venosa. Verifica-se uma estase semelhante na camada vascular da íris, provocando o escurecimento da parte correspondente, devido à acumulação de sangue venoso escuro.
A destruição de tecido através de feridas, etc..., provoca o aparecimento de pontos pretos devido ao rompimento da ligação nervosa à correspondente área da íris.
Cores naturais da íris
A cor da íris num recém-nascido de raça branca é azul, sendo esta cor causada pela ausência de pigmentação. O pigmento só se desenvolve depois do nascimento.
Existem muitos dados contraditórios sobre as cores da íris, resultantes da investigação exaustiva feita por muitos cientistas sobre a raça humana. No entanto, as maiores autoridades afirmam que só existem duas cores naturais na íris.
- Azul claro
- Castanho claro de avelã.
As outras cores são consideradas mistas e devem-se a características raciais ou ao depósito no interior do organismo de várias drogas, que produzem as cores amareladas, esverdeadas ou cinzentas; estas encontram-se por outro lado sujeitas a modificação devido a várias influências hereditárias e adquiridas. Perante estes factores, diz-se muitas vezes que as íris apresentam cores diferentes das mencionadas.
Como funciona
Os clínicos examinam a cor, textura e marcas do olho. A íris esquerda relaciona-se com o lado esquerdo do corpo e a íris direita com o direito. A cor pode dar uma indicação geral sobre a constituição . Por exemplo, pessoas de olhos azuis têm tendência para desenvolver problemas de acidez, como artrite e úlceras, enquanto pessoas de olhos castanhos podem ter problemas com a metabolização de gorduras, que podem provocar arteriosclerose ou problemas de vesícula. Íris mistas como verde ou cinzenta são conhecidas como " biliares " e indicam uma tendência para perturbações digestivas. Pontos de cor, as fibras da íris e o posicionamento das marcas são tudo aspectos significativos.
Utiliza-se uma carta ocular pormenorizada que assinala a relação entre cada parte do olho e a parte correspondente do corpo. O estômago, por exemplo, é de imediato indicado à volta da pupila em ambas as íris e a pele localiza-se no anel exterior. Utilizando o mapa, o clínico detecta potenciais problemas físicos e psicológicos.
O que pode acontecer numa consulta ?
Geralmente a iridologia faz parte do diagnóstico do Médico Naturopata.
Um bom clínico baseia-se apenas na informação que lê nos olhos do paciente:
- analisa os olhos com uma pequena lanterna e uma lupa, em outros casos pode-se utilizar a fotografia, e utiliza-la para obter mais pormenores.
- não existe lesão ou danifica os olhos.
- o clínico indicará quaisquer sinais óbvios que tenha detectado que mais tarde compilará numa análise pormenorizada que dirá ao paciente. Paralelamente serão feitas perguntas sobre questões de saúde, história médica, estilo de vida e dieta, como informação de apoio.
- no fim da sessão recomenda alterações de estilo de vida ou a aconselha sobre aspectos de nutrição e até prescreve um tratamento.
Que problemas pode aliviar?
A iridologia não é utilizada para diagnosticar doenças, mas para detectar problemas que desemboquem em doença. Por exemplo, pode-se dizer ao paciente se os seus rins estão a trabalhar deficientemente ou se tem problemas de digestão. Pode também detectar predisposições hereditárias a doenças, como artrite ou deficiências cardíacas.
É segura?
A iridologia é perfeitamente segura para as pessoas de todas as idades e níveis de aptidão física. Não pretende substituir-se aos testes convencionais de diagnóstico. Geralmente a iridologia está inserida com outros diagnósticos da Medicina Naturopatica.